Uma grande caravana.
Tive o prazer e o privilégio de participar na última terça-feira (24/02) da Caravana dos Vinhos do Tejo, um grande evento de apresentação e degustação de alguns excelentes vinhos daquela região de Portugal com as suas uvas com nomes e sabores bastante peculiares, além da grata satisfação de reencontrar alguns enoamigos e fazer novos contatos.
O evento foi marcado por apresentações culturais, gastronômicas e pela Master Class dirigida pelo Carlos Cabral, consultor nacional de vinhos do Grupo Pão de Açúcar, onde foram apresentados, degustados e discutidos nada menos que 14 dos rótulos presentes à Caravana, sendo 3 tintos, 1 rosé e 10 tintos.
O local escolhido não poderia ser mais propício: o Consulado Geral de Portugal em São Paulo, bem no coração do Jardins, um dos bairros mais nobres da capital paulista.
Porém, infelizmente nem tudo foram flores no evento, alguns pecadilhos na organização causaram uma pequena dose de insatisfação entre os participantes, nada que comprometesse o reconhecimento da atividade, mas que se fizeram notar.
Em primeiro lugar, o salão se tornou pequeno para tanta gente. Talvez contando com a boa vontade dos céus, os organizadores pensaram num evento descontraído com todos ao redor da bela piscina na ampla varanda nos fundos do Consulado, o que, infelizmente, não aconteceu. Embora o clima estivesse agradavelmente temperado, a chuva veio e fez com que todos corressem para dentro do salão onde os expositores serviam as degustações, fazendo com que mal se pudesse andar lá dentro. Felizmente a chuva não persistiu por muito tempo e as pessoas puderam se espalhar pela varanda.
Outro pequeno aborrecimento para algumas pessoas foi no que diz respeito à Master Class. A sala para o acontecimento era pequena e não havia ar condicionado fazendo com que uma grande janela tivesse que ser aberta, o que atrapalhou um pouco a aula por causa do barulho que vinha de fora, além do mais, não havia uma lista de inscritos prévios para participar e acabou entrando que estava mais perto da porta na hora em que ela foi aberta, resultando em que pessoas interessadas em participar acabassem por ficar de fora. Mais tarde foi aberta uma porta lateral e postas algumas cadeiras para fora onde alguns poucos puderam se acomodar e participar da degustação.
Por fim, quanto aos petiscos, pecou-se na distribuição. Foram oferecidos inicialmente pizzas majestosamente feitas pelo Chef de plantão, mas não foram entregues por garçons ou postas previamente sobre uma mesa, pelo contrário, elas eram dadas aos participantes que se acotovelavam junto ao balcão para poderem conseguir um pedaço. terminadas as pizzas feitas na hora, somente quase no final do evento é que foram servir os demais petiscos (todos deliciosos!), quando a maioria dos participantes já haviam se retirado.
Porém, nenhum destes pequenos embaraços foi capaz de ofuscar o brilho da Caravana que agora segue o seu caminho para o Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e Cuiabá com o mesmo brilho e sofisticação apresentados aqui em São Paulo.
Abaixo segue uma pequena galeria de fotos da Caravana que foram retiradas da internet.
Abraçaço a todos e até a próxima!
Uma provocação e um desafio
O post de hoje, como o título sugere, traz uma provocação e instiga um desafio tanto para aqueles que (como eu), apreciam e defendem o bom vinho nacional, quanto para os que, seja por que motivo for, os criticam, rejeitam e às vezes até o abominam.
Sabemos que o mundo do vinho não é um mundo estático com fronteiras pré-estabelecidas. Todos os dias novos produtores surgem de áreas que antes não se imaginava que se pudessem produzir bons vinhos, no entanto, eles estão lá. O visionário Steven Spurrier percebeu e comprovou isso com a realização do famoso “Julgamento de Paris” que se demonstrou um divisor de águas no que se refere às opiniões a respeito de vinhos feitos fora do “eixo” produtor e, desde então, os vinhos do chamado “Novo Mundo” tem ganhado as prateleiras e as adegas, corações e paladares por todos os lados.
No Brasil observa-se semelhante reação frente ao vinho nacional. Por incrível que possa parecer, o brasileiro parece guardar certo receio e até mesmo preconceito com relação aos vinhos produzidos em sua própria terra, preferindo os vizinhos chilenos, argentinos e até uruguaios, muitas vezes sem sequer prová-los, justificando tal atitude com argumentos ligados principalmente ao preço da bebida o que, na minha modesta opinião empobrece a discussão além de ser extremamente relativo.
Assim me surgiu esta ideia: e se promovêssemos uma degustação às cegas somente com vinhos do Novo Mundo e somente do continente americano (Estados Unidos, Chile, Argentina, Uruguai e, claro, Brasil), dividido em 3 etapas, sendo elas: uma de vinhos espumantes, uma de vinhos brancos e rosés e, por fim, uma de vinhos tintos? Cada uma dessas etapas seria subdividida por tipos de uvas ou, no caso dos espumantes, por processo de vinificação, assim estabelecidos: vinhos espumantes: doces, demi sec, brut e nature no método tradicional e no método Charmat; vinhos brancos: Chardonnay, Sauvignon Blanc, Riesling e Moscatel; vinhos Rosés: à escolha do produtor/fornecedor e; vinhos tintos: Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot e Pinot Noir. E se este evento fosse direcionado apenas a profissionais da área do vinho, como sommeliers, blogueiros, colunistas, donos de restaurantes, importadoras etc? E para que o argumento do preço seja completamente irrelevante, que tal se todos os vinhos estivessem numa mesma faixa de valor estipulada pela organização do evento?
Penso que partindo destes resultados (que tenho certeza que, a exemplo do famoso julgamento de Paris em 1976, surpreenderia muita gente), poderíamos estabelecer o real desempenho do vinho brasileiro confirmando a sua qualidade no contexto de seus concorrentes diretos.
Fica a provocação… Quem sabe não se torne um desafio?
Abraçaço a todos e até a próxima!
40 anos de história numa garrafa!
Após o lançamento de grande sucesso do vinho “200”, um delicioso Touriga Nacional feito em homenagem aos duzentos anos da chegada de D. João VI e da família imperial ao Brasil ocorrida em 1808, a vinícola Dal Pizzol surpreende mais uma vez com o lançamento de dois novos rótulos comemorativos. Tratam-se do “Dal Pizzol 40 anos” e do “Dal Pizzol 40 anos Nature”, o primeiro espumante nature da vínicola.
Dal Pizzol 40 anos gran assemblage
O Dal Pizzol 40 anos é um gran assemblage produzido com um instigante corte composto por 40% Merlot, 30% Cabernet Sauvignon, 15% Tannat e 15% Nebiolo. Nas palavras do diretor Rinaldo Dal Pizzol, “o Dal Pizzol 40 anos, no cálice, é um vinho robusto, bem estruturado e gostoso como produto agroalimentar de consumo. Além do cálice, expressa e significa uma herança e tradição familiar bem fundamentada, mas também um patrimônio cultural da humanidade que honra e dignifica o vinho brasileiro”. Como toda obra de arte, este vinho também é uma jóia rara, tendo sido produzido apenas um único lote com 3.520 garrafas comercializadas em caixas de madeira com quatro unidades cada.
Dal Pizzol 40 anos nature
De coloração amarela com reflexos dourados e de aroma complexo sobressaindo-se o tostado e levedura, com toques que lembram frutas como pêssego maduro, amêndoas e torradas, o Dal Pizzol 40 anos Nature é elaborado no método tradicional trazendo em sua composição 75% de Pinot Noir e 25% de Chardonnay, conceituando-se como um espumante digno das comemorações dos 40 anos da vinícola. Assim como o gran assemblage, este espumante também foi produzido num lote limitado de apenas 3.541 garrafas vendidas em caixas personalizadas com 4 unidades cada.
Enfim, dois grandes lançamentos em edições limitadíssimas que valem muito a pena adquirir caso tenha chance.
Bem, estas foram as dicas de hoje, espero que tenham gostado e espero os comentários de todos vocês!
Abraçaço a todos e até a próxima!
Harmonizando prazeres distintos!!!
Hoje eu quero sugerir uma multi-harmonização com o mix de prazeres distintos reunidos e com a cara do verão (a estação do ano, não a do comercial da cerveja! rsrs)!!!
A harmonização sugerida para hoje reúne um delicioso e refrescante drink de espumante, um charutinho suave e boa música. Então vamos lá…
A Bebida
Começamos preparando um delicioso drink feito com espumante e o nome não poderia ser mais sugestivo: Celebration!
Ingredientes
- 30ml de tequila
- 15ml de licor de laranja
- 15ml de suco de limão
Modo de Preparo
- Associe a tequila, o licor de laranja e o suco de limão em uma coqueteleira com gelo.
- Agite a mistura, despeje em uma taça tipo flute gelada.
- Complete com o espumante ou champagne, decore com twist de laranja e sirva.
A minha sugestão é que, para combinar com a brasilidade da sugestão deste post, você utilize um bom espumante nacional. A lista de bons rótulos existentes é gigantesca! Particularmente sugiro dois rótulos para os amigo leitores:
Casa Valduga 130 Brut
Método Champenoise (também chamado de tradicional)
Variedade: Chardonnay | Pinot Noir
Consumo: 04º a 06ºC
Visão: Límpido e brilhante, de coloração dourada e fascinante perlage.
Olfato: Bouquet elegante e intenso de frutas secas, amêndoas e um leve tostado.
Paladar: Persistente e cremoso, de amplo e pleno sabor, harmônico.
Cave Geisse Brut
Método Champenoise (também chamado de tradicional)
Variedade: 70% Chardonnay | 30% Pinot Noir
Consumo: 04º a 06ºC
Visão: Possui bela cor amarelo palha, com reflexos esverdeados. Sua perlage e fina e persistente.
Olfato: Uma delicada mistura de frutas secas como damasco e amêndoa.
Paladar: Na boca, acidez agradável e boa persistência.
O Charuto
A idéia é que você escolha um charuto de suave a médio e de pequeno porte para acompanhar este drink. A minha sugestão é que seja um charutos para uma fumada rápida (o que não significa que o prazer proporcionado não seja duradouro!), assim, ofereço-lhes como opções o Dona Flor Petit Corona e o Monte Pascoal Minutos, duas das melhores marcas de charutos nacionais hoje no mercado.
A Música
Por fim, completamos este combo com as participações mais que especiais de nada menos que Ivan Lins e Chico Buarque na apresentação de Diogo Nogueira em seu show ao vivo, nada mais brasileiro e empolgante!
Bem, por hora é isso! Espero que tenham gostado das sugestões e que tragam os seus comentários para trocarmos conhecimentos e experiências!
Abraçaço a todos e até a próxima!
De volta ao trabalho!
Depois de quatro longos meses sem poder publicar nada por ter perdido o meu computador para um pico de energia que o queimou, é bom estar de volta e poder trazer novamente as informações sobre o mundo das bebidas em geral (sobretudo o vinho, é claro!), dos charutos, da músicas, da culinária e e de tudo o que nos traz prazer podendo harmonizá-los com a boa presença dos meus amigos em horas de bate papos e nas melhores ocasiões possíveis! Enfim, é muito bom poder estar e volta!
A minha última postagem foi exaltando o dia 29/08 – Dia do Sommelier. Depois disso muita coisa aconteceu desde a participação no Projeto Imagem (fig. 1), uma parceria do IBRAVIN com o SENAC que possibilita aos novos sommelier formados por aquela instituição visitarem in loco algumas das maiores e mais importantes vinícolas brasileiras, passando pelo aprendizado de se trabalhar em dois grandes eventos de vinhos (o “Argentina Premium Tasting” (fig. 2) e o “American Wine Show” (fig. 3) com a presença do Master Sommelier Geoff Kruth) que me trouxeram um grande aprendizado, a participação em diversas degustações, o trabalho numa feira de vinhos (fig. 4) e a visita a outra (fig. 5) e terminar o ano trabalhando num pequeno, mas muito requintado empório num Shopping em Santo André (fig. 6). Foram 4 meses realmente intensos!
Nas próximas postagens irei comentar cada uma destas experiências, bem como as perspectivas e expectativas para este novo ano que se inicia. Por hora fica o prazer da volta e um brinde à nossa amizade!
Abraçaço a todos e até a próxima!
Os números de 2014
Os duendes de estatísticas do WordPress.com prepararam um relatório para o ano de 2014 deste blog.
Aqui está um resumo:
Um bonde de São Francisco leva 60 pessoas. Este blog foi visitado cerca de 320 vezes em 2014. Se fosse um bonde, eram precisas 5 viagens para as transportar.
Harmonizando o trabalho ao prazer!
Foi comemorado na última sexta-feira o dia nacional do Sommelier no Brasil. A data faz referência à regulamentação da profissão pela Lei nº 12.467/11, assinada no dia 26 de agosto e que passou a vigorar na data de sua publicação do D.O.U (Diário Oficial da União) três dias depois, no dia 29/08/2011.
Segundo a definição dada pela ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers), a palavra Sommelier vem do francês [bête de] somme = [besta de] carga + lier = amarrar, ligar, portanto o “amarrador (ou lidador) das cargas”. Em resumo, o carroceiro dos castelos e palácios, que, por transportar as pipas de vinho, acabou sendo incumbido de provar seu conteúdo antes que fosse servido aos Reis e nobres, para evitar tentativas de envenenamentos durante o transporte.
Quando da popularização dos restaurantes em Paris, no final do séc. XVIII, convencionou-se que quem trazia ou transportava o vinho ficava com a obrigação de prová-lo, não só pelo motivo exposto acima, mas também para garantir se o produto era de boa qualidade.
Assim, paulatinamente, nasceu a profissão como é conhecida hoje; o Sommelier é responsável pela escolha, compra, recebimento, guarda e pela prova do vinho antes que seja servido ao cliente.
Com a regulamentação do exercício da profissão, conforme a lei nº 12.467, de 26 de agosto de 2011: “Considera-se sommelier, para efeitos desta lei, aquele que executa o serviço especializado de vinhos em empresas de eventos gastronômicos, hotelaria, restaurantes, supermercados e enotecas e em comissariaria de companhias aéreas e marítimas”.
Com isso, percebe-se que a atuação profissional do sommelier, portanto, é necessária em variados segmentos: lojas de bebidas e supermercados de vários portes, vinícolas e importadoras, bares, restaurantes, hotéis e instituições de ensino de hospitalidade. Entretanto, por conta da importância e da pluralidade do setor de bebidas, é preciso que esse profissional se desenvolva constantemente para adquirir conhecimentos que extrapolem as fronteiras do vinho. Neste sentido, começam a surgir cada vez mais cursos de Sommelier com o reconhecimento cada vez maior no mercado. Hoje os cursos de maior prestígio são os da ABS, SENAC e da WSET, cada qual com valores, metodologias e filosofia próprias que vale muito a pena serem pesquisadas para quem pretende entrar na área.
Particularmente, este autor acaba de se formar na turma julho/2014 do curso oferecido pelo SENAC-SP na unidade Aclimação e, juntamente com os demais colegas da turma (Andrea Godoy, Luis Larrubia, Orlando, Maria Aparecida Haddad, Bruno Kramer, David Alves, Kaio de Castro, Cecília Morilla, Isaque Lenin, Robson Lopes, Isabel Viviani, Carlos Moreira, Mel Castilho, Marco Aurélio e Jefferson Moura), está apto a seguir em frente em sua enocarreira!
Por uma feliz coincidência, o jantar de encerramento do curso foi no dia 29 de agosto e, como não poderia deixar de ser, regado com bom vinho sob a proteção e benção de Bacco!
Parabéns, sucesso e prosperidade a todos dessa turma e que não nos afastemos! Aliás, parte dela estará em Bento Gonçalves entre os dias 08 e 12 de setembro para uma visita técnica às vinícolas graças à parceria firmada entre a IBRAVIN e o SENAC, mas esta será uma história para o próximo post!
Abraçaço a todos e até a próxima!
Qualidade e Procedência
O interesse e o consumo de charutos tem aumentado consideravelmente nos últimos tempos o que também, infelizmente, fez com que aumentasse a incidência de produtos falsificados com qualidade aparente cada vez maior, dificultando para quem está iniciando no prazer deste hábito a identificação de tais falsificações. Para que não sejam pegos nestas armadilhas é fundamental que se eleja uma tabacaria confiável que garanta a procedência e a qualidade tanto do produto, quanto de seu adequado armazenamento e manutenção.
Felizmente há no mercado boas e confiáveis tabacarias onde, além de se conseguir charutos nacionais e importados com garantia de procedência e corretamente armazenados, também pode-se harmonizar não apenas o prazer dos seus charutos preferidos com a bebida do seu gosto, como também a companhia de bons amigos.
Assim, tomo a liberdade de oferecer aos meus amigos leitores a indicação de três boas casas do ramo em três grandes capitais onde você poderá maximizar o seu prazer com a certeza de estar adquirindo um produto de confiança.
São Paulo
Em São Paulo dentre as muitas boas tabacarias de conceito inquestionável, destaca-se a Barão Tabacalera, do meu amigo Alexandre Oliveira, particularmente a minha preferida onde adquiro os meus charutos e acessórios a um preço justo. A Barão Tabacalera está situada na Galeria Sete de Abril com entradas pelas ruas Sete de Abril, 125 ou pela Braulio Gomes, 115/loja 4 – térreo, no centro da megalópole e não possui espaço para degustação… Por enquanto!
Curitiba
Se você está ou vai passar pela capital paranaense procure pela Bulldog Tabacaria na Rua General Aristides Athayde Jr, 154, no bairro Bigorrilho. Ali você será sempre muito bem recebido pelo Luiz Roberto Farah e, além de poder adquirir bons charutos e acessórios, você encontra também um local aconchegante para degustar os seus puros e tomar um aperitivo com seus amigos numa agradável happy hour.
Rio de Janeiro
Por fim, a dica na “cidade maravilhosa” é a histórica e charmosa Tabacaria do Ouvidor, dirigida pelo Leo Bindes onde, além de encontrar uma grande diversidade de produtos, você tem também um excelente local para encontros onde pode degustar seus charutos, cachimbos e bebidas com os seus amigos. A Tabacaria do Ouvidor fica na Rua do Ouvidor, 39, no centro histórico do Rio de janeiro, bem perto dos diversos Centros Culturais que há por ali.
Então, estas são as dicas de hoje! Ah, faltou dizer que em qualquer um desses locais, se você disser que me conhece ou que é leitor do “HARMONIZANDO PRAZERES“, adivinhe só, é claro que você não vai ganhar nada com isso, mas pelo menos vai ter iniciado um bom papo!!! Rsrsrsrs!
Abraçaço a todos e até a próxima!!!
Tim-tim!
O brinde certamente é tido como o momento máximo na harmonização entre os amigos. É utilizado sempre para desejar felicidades ao novo casal, para parabenizar os aniversariantes, os vencedores em geral e para desejar sempre as melhores coisas com quem se está brindando!
Existem muitas histórias sobre o surgimento deste saudável hábito, algumas baseadas em fatos históricos outras em lendas místicas, mas o fato é que todas elas não passam de mera especulação, não havendo uma comprovação sobre a sua origem. De minha parte, gosto muito desta lenda extraída da obra de Pamela Vandyke Price (Curiosidades sobre o vinho: brindar, beber e outras coisas a respeito. Editora Senac São Paulo, 2005) transcrita abaixo:
COMO O TILINTAR ENTROU NO BEBER
Uma vez, no Monte Olimpo, houve problemas entre os deuses. Os sete sentidos haviam sido convidados a uma festa por Dionísio, o deus do vinho, mas mesmo as bebidas mais deliciosas que seu mordomo Baco servia com mão pródiga não deixavam todos satisfeitos. Os sentidos – pelo menos seis deles – expressaram satisfação em poder contribuir para as sessões do vinho. A animação acendia os olhares e encorajava as pessoas a dançar. O Tato passou muito tempo sorvendo goles de vinho, inclinando a cabeça sabiamente e trocando opiniões com a Fala que estava ocupada com um caderno – vai ver que eram uma dupla de escritores especializados em vinho. O sentido do Paladar estalava os lábios e mostrava expressões satisfeitas depois de engolir, olhando desdenhosamente para o sentido da Visão que segurava um copo contra a luz do sol, e do Olfato, que fazia ruídos como um leitão cheirando alguma fruta ou flor deliciosa. Todos os sentidos estavam ocupados – com exceção de um. Ess rabugento não estava bebendo e se dirigiu a Dionísio com atitude de quem vai reclamar de alguma coisa.
“Você sempre me deixa de fora! Todo mundo aqui obtém alguma coisa do vinho, mas eu não: como é que eu posso ouvi-lo?”. Porque este era o sentido da Audição.
“Claro que pode!”, disse Dionísio jovialmente. “Vá a uma vinícola quando o vinho estiver começando a ser feito; o gorgolejar, o chape, os sons das ondulações, tudo isso deveria lhe dar prazer.”.
“Mas eu não posso simplesmente ficar lá!”, objetou a Audição. “Vocês todos se divertem em torno da mesa; a menos que alguém quebre um copo ou caia bêbado, não há nada para mim aqui!”. Dionísio se apoderou de um copo da bandeja de Baco, que acotovelou a Audição, que pegou outro.
“Agora ouça! Quando as pessoas se reunirem para desfrutar do vinho, elas farão isto” – e ele ergueu o copo batendo-o levemente contra o da Audição, de modo que os dois tilintaram agradavelmente. “Viu?”, disse o deus do vinho. “Seja copo contra copo, caneca contra caneca, jarro contra jarro, essa é a música daqueles que gostam de vinho! Saúde!”. O sentido da Audição ficou surpreso e andou por ali batendo seu copo contra todos os outros.
Então, amigos, batamos os nossos copos, taças, canecas ou jarros e brindemos! SAÚDE!!!
Abraçaço a todos e até a próxima!
A compatibilização vinho/comida
O post de hoje é um trecho retirado da apostila “Curso básico de iniciação ao vinho e à degustação” disponível na internet e tem como objetivo trazer algumas sugestões sobre o tema da harmonização do vinho com os alimentos, não se tratando, portanto, de minha preferências pessoais.
Vamos lá, então? Boa leitura!
O perfeito casamento vinho/comida talvez seja o ponto mais controverso do tema vinho. a diversidade de vinhos e pratos é muito grande e as combinações possíveis, enormes. Além disso, aos critérios puramente técnicos, devem somar-se os “casamentos” culturais ligados à tradição dos grupos humanos (e que, às vezes, colidem com as normas técnicas) e o gosto subjetivo, pessoal, de cada um, que não pode ser negligenciado afinal, o vinho é, antes de tudo, prazer.
Vale citar algumas das combinações consagradas que nos ocorrem, perfeitas e cercadas de unanimidade: vinhos Chablis com ostras, Porto com queijo Stilton, Sauternes com fole gras.
Há também os “casamentos difíceis”, em que o obstáculo principal são os ingredientes que frequentam algumas cozinhas regionais. os pratos orientais (cozinhas indiana, chinesa, japonesa, coreana, tailandesa e árabe, esta última plena de limão e cebola crua) são de difícil acompanhamento. Pratos em que a presença do vinagre, frutas cítricas, ovos, aspargos, alcachofra e chocolate são marcantes, também representam um desafio para os vinhos.
Algumas regras gerais devem ser guardadas e funcionam: carne vermelha e caça com vinho tinto; peixes e frutos do mar com brancos. Caso queiramos fazer a escolha de forma eminentemente técnica, podemos justapor as características organolépticas da comida e da bebida e analisarmos como funciona. Desta forma, a combinação pode ser feita por semelhança ou oposição.
Combinação por semelhança
Vinhos com aromas discretos > comida pouco condimentada;
Vinhos com aromas potentes > comida com boa presença aromática
Vinhos jovens e frutados > pratos simples e rústicos
Vinhos velhos e encorpados > pratos refinados
Vinhos leves > pratos com molhos magros
Vinhos mais estruturados > pratos com molhos suculentos.
Combinação por oposição
Deve-se levar em conta os seguintes critérios:
> O açúcar atenua acidez;
> A acidez atenua a gordura;
> A suculência atenua o tanino.
Como exemplo: o queijo Roquefort ou fole gras (comida salgada e gordurosa) harmoniza-se muito bem com vinho Sauternes (doce e ácido).
De forma mais empírica, segue uma relação de combinações aconselháveis:
Entradas e saladas
Saladas com vinagre > água;
Carpaccio > vinho tinto leve;
Ostras > Chablis, Sancerre;
Salmão defumado > Riesling, Poully Fume;
Salmão fresco > Chardonnay, Riesling;
Presunto e embutidos > Beaujolais;
Mortadela > Lambrusco seco;
Presunto cru > Jerez fino.
Peixes e frutos do mar
Bacalhau > vinho branco amadeirado ou tinto verde (Portugal);
Lulas > Sauvignon Blanc (e outros brancos secos);
Truta > vinhos brancos secos leves;
Peixes leves > brancos secos leves;
Peixes com creme de leite > vinhos brancos secos médios ou encorpados (Chardonnays do novo mundo);
Sushi/sashimi > Champagne brut.
Aves
Pato > vinho tinto encorpado;
Pato com laranja > branco aromático;
Perdiz recheada > Borgonha tinto;
Coq-au-vin > vinho tinto encorpado (Borgonha tinto, no prato e na taça).
Massas
Pizza e massas com molho > Chianti, tinto leve ou médio vermelho;
Massas com frutos do mar > vinho branco suave.
Carnes
Coelho > vinho tinto médio;
Cordeiro > Bodeaux tinto;
Caça > Borgonha tinto;
Foundue bourguignone > vinho tinto médio;
Fígado > vinho tinto leve, jovem (Beaulolais);
Vitela > vinho branco médio ou tinto leve;
Cassoulet > Cahors, Vacqueiras;
Porco > vinho branco suave ou tinto leve;
Steak au polvre > Syrah.
Queijos
Fondue de queijo > Riesling, branco seco;
Roquefort, Stilton, Gorgonzola;
De cabra > branco seco, Sancerre, Sauvignon Blanc;
Camembert, Brie > Merlot.
Sobremesas
Chocolate > Banyuis, Porto;
Tortas de frutas > vinho branco suave;
Cheesecake, cremes > vinho branco doce;
Creme brulée > Sauternes;
Nozes > Porto vintage ou Tauny.
Lembrando que estas não se tratam de verdades absolutas, são apenas orientações que servem como um norte para quem almeja caminhar na trilha da harmonização com vinhos. o mais importante na harmonização é o prazer de quem harmoniza, então, faça as suas combinações e seja feliz! Saúde!!!
Abraçaço a todos e até a próxima!