Tim-tim!
O brinde certamente é tido como o momento máximo na harmonização entre os amigos. É utilizado sempre para desejar felicidades ao novo casal, para parabenizar os aniversariantes, os vencedores em geral e para desejar sempre as melhores coisas com quem se está brindando!
Existem muitas histórias sobre o surgimento deste saudável hábito, algumas baseadas em fatos históricos outras em lendas místicas, mas o fato é que todas elas não passam de mera especulação, não havendo uma comprovação sobre a sua origem. De minha parte, gosto muito desta lenda extraída da obra de Pamela Vandyke Price (Curiosidades sobre o vinho: brindar, beber e outras coisas a respeito. Editora Senac São Paulo, 2005) transcrita abaixo:
COMO O TILINTAR ENTROU NO BEBER
Uma vez, no Monte Olimpo, houve problemas entre os deuses. Os sete sentidos haviam sido convidados a uma festa por Dionísio, o deus do vinho, mas mesmo as bebidas mais deliciosas que seu mordomo Baco servia com mão pródiga não deixavam todos satisfeitos. Os sentidos – pelo menos seis deles – expressaram satisfação em poder contribuir para as sessões do vinho. A animação acendia os olhares e encorajava as pessoas a dançar. O Tato passou muito tempo sorvendo goles de vinho, inclinando a cabeça sabiamente e trocando opiniões com a Fala que estava ocupada com um caderno – vai ver que eram uma dupla de escritores especializados em vinho. O sentido do Paladar estalava os lábios e mostrava expressões satisfeitas depois de engolir, olhando desdenhosamente para o sentido da Visão que segurava um copo contra a luz do sol, e do Olfato, que fazia ruídos como um leitão cheirando alguma fruta ou flor deliciosa. Todos os sentidos estavam ocupados – com exceção de um. Ess rabugento não estava bebendo e se dirigiu a Dionísio com atitude de quem vai reclamar de alguma coisa.
“Você sempre me deixa de fora! Todo mundo aqui obtém alguma coisa do vinho, mas eu não: como é que eu posso ouvi-lo?”. Porque este era o sentido da Audição.
“Claro que pode!”, disse Dionísio jovialmente. “Vá a uma vinícola quando o vinho estiver começando a ser feito; o gorgolejar, o chape, os sons das ondulações, tudo isso deveria lhe dar prazer.”.
“Mas eu não posso simplesmente ficar lá!”, objetou a Audição. “Vocês todos se divertem em torno da mesa; a menos que alguém quebre um copo ou caia bêbado, não há nada para mim aqui!”. Dionísio se apoderou de um copo da bandeja de Baco, que acotovelou a Audição, que pegou outro.
“Agora ouça! Quando as pessoas se reunirem para desfrutar do vinho, elas farão isto” – e ele ergueu o copo batendo-o levemente contra o da Audição, de modo que os dois tilintaram agradavelmente. “Viu?”, disse o deus do vinho. “Seja copo contra copo, caneca contra caneca, jarro contra jarro, essa é a música daqueles que gostam de vinho! Saúde!”. O sentido da Audição ficou surpreso e andou por ali batendo seu copo contra todos os outros.
Então, amigos, batamos os nossos copos, taças, canecas ou jarros e brindemos! SAÚDE!!!
Abraçaço a todos e até a próxima!
E no tilintar das taças, vemos sorrisos inevitáveis e votos de felicidade, comemorações e etc… Que o nosso tilintar seja aproveitado ao máximo e que seja pra comemorar a amizade tão preciosa que construímos!